Feliz dia da Mulher!
Tínhamos aos meus olhos os meus olhos.
Paredes
Castelos
A meias
Como se os meus fossem apenas a metade esquerda dos teus.
Trinchas de eiras que se colaram
Na apneia de uma água salgada, fisiológica e umbilical.
Falo dos olhos, pessoais, e aquilatados como intransmissíveis…
Não era pelo tom, ou aparência,
mas pelo silêncio que ambos encerram na sua essência.
Os meus olhos não seriam olhos sem a metade diurna dos teus.
E eu feito ultra violeta de um quintal por plantar.
Manjericão coentros e o Alecrim.
Há um castro de epístolas que nunca serão desenhadas,
Porque o ventilo da vista não está adaptado às mãos.
Somos “diz juntos” por ordem divina
Um marear de espelhos “ diz fusos”
Que se abraçam na fímbria da luz.
Pára peitos
Pára raios
Pára tempos
Tudo sem fecho éclair
Como um bolo alongado que se espreme nas pálpebras.
Esticam-se as pestanas para nos apartar do afastamento.
Entre os quatro vidros que nos prendem,
Sentimos a liberdade de nos ver
E de vermos o que cada um de nós observa.
À distancia…
João Murillo
Imagens de Andy Dyo
Vestido e brincos H&M Studio
Sandálias Steve Madden